Por Hilton Souza
É meus caros amigos, tanto tempo que não escrevo em meus casos passados... Não que não tenha mais casos, só que o tempo não anda muito a meu favor.
Hoje fui pela primeira vez ao Hospital Geral do Estado - HGE/BA. Não como um paciente, sim como acompanhante de um conhecido de bairro. Ele tem seus tem pra lá de seus quarenta anos de idade. Dependente de bebída alcoólica. Uma praga que arruína nosso povo. Numa"diversão" em seus momentos de alforria alcoólica, após tentar tirar sua camisa, ficou presa sobre sua cabeça. Não se equilibrou e caiu. Eu vi! Se alguém o empurrou, foi a cana de açúcar que é um dos componentes básicos de suas bebidas prediletas.
Mas isso não vem ao caso da vergonha que sinto. Vergonha tenho de saber que a saúde, segurança e o direito não estão a favor do povo, pobre, periférico desse país. Vergonha sinto ao percorrer por ruas esburacadas de minha cidade em busca de postos de emergência lotados. Sem médicos, sem estrutura que possa dar o direito de ter um Raio X. Vergonha de procurar Clínicas convêniadas ao SUS(Sistema Único de Saúde) fechadas na noite de ábado, o nome já diz tudo! o "sistema" é único. Não se tem outro parecido, nem diferente!
Mas consegui. Sou guerreiro, acima de tudo sou brasileiro e não desisto nunca!!! eu consegui. Cheguei ao HGE/BA e fui muito bem atendido. Como acompanhante de um ser humano que me dava muito trabalho, por conta do "porre" da bebida. Fui atendido com média de 10 minutos, digo, atendido no guinchê de registro de entrada. Depois, vamos em direção a terceira porta do lado esquerdo. Chegamos a uma sala. Em média de vinte pacientes, todos deitados. Tinha cama e maca pra todo mundo!!! que estavam dentro da sala, claro! Nos corredores tinham pacientes em pé. É o único hospital que o pobre consegue chegar...
"Hoje tá uma maravilha", palavras de uma acompanhante. "A imprenssa também bateu na mesma tecla essa semana toda", disse a correspondente da outra maca. Sei que como futuro comunicador. Tenho a seguinte conclusão, bom ou ruim, o jornalismo faz sua parte. Tava realmente vazio, de acordo aos comentários que escutamos nas ruas, que ali é um verdadeiro "açougue". Vamos pra o caso do cidadão...
Logo depois eu e o Sr. Roque, fomos encaminhados para a sala de Raio X, muito rápido deveria ser o "raio x". Digo, deveria, pois não foi. Mofamos lá pra mais uns 40 minutos até a revelação do "raio x". Revelado!!! Vamos em busca do ortopedista pra ver o "raio x" do cidadão. Uma fratura, disse umas das garotas, digo garotas, por que sou jovem e as meninas, são todas residentes. ficaram babando com o osso quebrado e queriam descobrir como cuidar do caso. Mobilizado, volto pra casa com um cidadão imobilizado, sem saber como será o seu tratamento em um sitema de saúde desorganizado.
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